terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Homens de plástico falsos

Os plásticos que desembrulho
As flores que recebo
Os tomates que me lançam

Desgastamos demais a borracha
Gastamos demais o lápis de cor
A canetinha não sai. É visível

Viro ou arranco a folha?

O nervo que contrai meu pescoço e que me causa torcicolo é um nervo rabugento
Uma massagem bem feita o amoleceria

Tenho três mil reais de FGTS
Tenho três sonhos de infância
Tenho três opções de emprego

Tenho três frases desconexas

São três horas da manhã
E ainda não terminei

Enquanto escrevo sobre a vida
Há tanta gente que enxerga apenas as letras
Outras que avistam metáforas fora até da meta
Se eu pudesse ser outra pessoa

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

2012

Um filme com poucos erros gráficos. Um filme com abordagem superficial. Um filme com emoções erradas. Um filme que poderia ser magnífico. Um filme que poderia...

Não entendo a necessidade da existência do núcleo principal do filme. A narrativa do filme poderia ser toda fria e distante, ou presente e quente, assim como é a catástrofe. A emoção não seria sobreviver, mas sim morrer. Eles simplesmente esqueceram que o fim do mundo é mais importante que uma família americana de classe média. É claro que poderia ser contado de pequenos pedaços. Poderia ser contado por recortes, pequenos ou grandes. Mas escolheram por contar uma história mais absurda que o próprio fim do mundo. E ainda mataram o melhor de todos, o russo! Não dá! É o fim!

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Musical Boulevard 83 – Teatro Capixaba !


Depois de vários meses desde a primeira apresentação do espetáculo, está chegando ao fim a temporada de Boulevard 83 este ano aqui em Vitória.
O último final de semana de apresentações acontecerá nestes sábado e domingo, 28 e 29 de novembro. No sábado – 20h e no domingo – 19h. Teatro Galpão. (Reta da Penha)
Passamos pelos teatros do Marista de Vila Velha, SESI de Jardim da Penha, Marista de Colatina, Carlos Gomes, Teatro Universitário da UFES e por fim Galpão.
Foi uma longa jornada, com muitas emoções e de muito aprendizado. Tudo foi muita novidade pra mim. É a minha primeira peça de verdade. Primeiro personagem. Primeiros palcos. Primeiros públicos. Tudo era e ainda é novidade. Do camarim aos aplausos. Nada é previsível, mas é tudo obviamente simples. Sem pompa, mas com alma e dedicação. A frase que mais irei usar depois de Boulevard é uma dita por Leandro Bacellar nos ensaios: “... se não suar, a cena não está boa...” Levo esse lema em todas as falas e gestos do personagem Jam Montolla. Não quer dizer que ele sai ensopado de todas as cenas. (quase) Mas que ele sente na pele cada expressão. É claro que há dias que isso não acontece com muita facilidade. Querendo ou não, há o mundo lá fora. Há público ali dentro. Há regras, técnicas, deixas, tons, ritmos, danças, medos que nos tomam a mente às vezes. Mas é mágica a maneira que tudo isso se encaixa e me encanta. Aprendi que o ator tem que ser ator em qualquer teatro, com qualquer público. Um segredo: prefiro muito mais apresentar para menos gente. Fico mais solto para arriscar. É mais difícil agradar a poucos. E por isso, fico muito mais aplicado e consciente da necessidade do suor. A multidão é, por natureza, de fácil acesso. Não tiro o mérito dos meus amigos de cena, que preferem muita gente. Mas essa preocupação com a “quarta parede lotada” me deixa tenso e caio em produção. Vejo todo mundo suando, correndo, dando o máximo e acabo ficando um pouco fora da capacidade máxima. Não sei se isso é bom ou ruim, só sei que é uma característica minha. Característica de iniciante, talvez.

Mas, querendo ou não, hoje posso dizer que sou ator. Não tenho DRT, não fiz FAFI, não estudei no Rio, São Paulo ou Nova Iorque. Mas sou ator. É claro que há um grau elevado de ciúmes da galerinha experiente, do povo que se dedica a essa arte a mais tempo. Dizem que não sou ator, que não ligo para algumas coisas, que sou isso ou aquilo. Realmente, não ligo para críticas ciumentas. Fico triste quando surgem de colegas que viram você crescer. Que sabem que eu de nada sei. Que sabem que sou realmente virgem de teatro. Mas usam isso contra a minha atuação. Como se eu tivesse culpa de ter pouca experiência. Eu acho isso uma besteira! Críticas que não tem a intenção de alertar, mas de denegrir. Ainda bem que o teatro capixaba não depende desses que se acham os donos, as vozes, os intelectuais do teatro local! (Gargalhadas irônicas)
Prefiro me preocupar em agradar aos críticos de verdade, aos amigos de verdade, principalmente ao público em geral, ao diretor e aprender. Afinal entrei no teatro para aprender a dirigir atores no cinema. Mas acabei me apaixonando por esse vício, o teatro.
Com certeza não quero parar por aqui. Mas vai saber. Ano que vem vou pro Canadá estudar cinema. Ou seria teatro? (não, relaxa)
Quero agradecer a todos os meus amigos do Boulevard, principalmente, Luana, Daiane, Stace, Allan, Luciene, Leo e Ludmila que estiveram desde o início ao meu lado, me dando aquela ajuda.
Boulevard é um musical complicadinho e gostoso de fazer e de assistir. Tem um monte de amigo meu que ainda não viu, acredita?

É ótimo descobrir, a cada dia de apresentação, um movimento novo, um olhar novo, uma voz nova. Descobrir que estava péssimo até então. Ou o contrário, que era melhor antes. No teatro não tem volta. Não tem como repetir, pedir desculpas, apagar, copiar, colar. Não é como um texto de blog. Isso tudo alimenta a alma e o personagem. Desejo a todos, PRINCIPALMENTE aqueles que não se consideram atores, a tentarem uma experiência dessas. Não acredito em “dom”, em “iluminação”, em técnicas imprescindíveis, em regras canastronas. Acredito que havendo ensaio, direção, objetivo, estudo e dedicação, há personagem, há ator, há experiência, há arte! A arte não pode ser tão elitizada assim. E não é. Os teóricos estão ai para nos servir e não o contrário.

Estamos concorrendo ao Omelete Marginal em 5 categorias! Não colocarei os links pois não estou conseguindo entrar lá agora. Se você for lá, aproveite e vote no Vice-verso como melhor programa de rádio. Também participo dele.
Obrigado a todos que foram assistir ao espetáculo e desculpem o texto íntimo demais, mas este é o meu blog, porra. (Cuidado que eu deleto, heim! Rsrsrs! Mentira! Comenta, besta!)
SÁBADO E DOMINGO, heim!!! GALPÃO!

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Chupei...

... um picolé que estava, por azar, congelado. O mordi. Só de raiva.
Entrei na cozinha e lá estava meu pai. Descascando laranja. Ele faz uma espécie de vulcão ao modelar o corte da fruta. Criando um recipiente que mais parece um copo natural de laranja. Abri a geladeira e soltei: “pai, tem tanto tempo que não ch, chu, ch, ... (pausa de 15 segundos, olhar fixo sobre a maça que estava dentro da geladeira e mais uma vez tentei) Pai, tem tempo que não chupo uma laranja!” A frase saiu com uma obscenidade absurda. Isso me lembrou tempos remotos em que, ainda criança, temia frases como: “vou chupar uma bala.” Ou “vou chupar um picolé”. Era, pra mim, uma heresia sem tamanho. Não entendia a frieza com que os meus colegas diziam tal verbo. Eu preferia mascar um chiclete ou mesmo tomar um sorvete. Vivia fugindo desse drama cotidiano.
Há palavras que nos remetem a outras interpretações, outras sensações e lembranças. É claro que todas as palavras são significadas sempre de maneira singular por todos que a domina. Mesmo que não a domine. Só de escutar aquele ruído sonoro, cria-se uma imagem, um sentido, uma possibilidade sobre aquele som. Tenta-se, por meio de um avançado sistema de conexões cerebrais, assemelhar ao repertório vivido de cada um.
Lijar, por exemplo, lembra alguma coisa?
Sofluar, nabuzear, gaclonar, quetorir, profucer e profusser. São mais que palavras, são verbos. Mentira! Não são palavras, nem verbos e nem flores. Mas podem ser, se assim for melhor. As inventei. Assim como também posso zumar toda gramática e toda zitografia do português que, mesmo assim, fará o maior caçarol social. É difícil saber a etimologia das coisas, das palavras. Pode ser que eu tenha profusseado (com “ss”) algumas hoje, vai saber. Gispem lartas e colúrias, mas tulhem o que jodular em foita. Pois é dissimulando que criamos possibilidades.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Sabe o que eu acho dos críticos?

Assim como tudo o que eles dizem por aí, em blogs e revistas, de que importa?

Acho que já deu.

Canadá lá vou eu!

Up - Altas Aventuras

Uma obra magnífica! A animação da Pixar Animation Studios em parceria com a Walt Disney Pictures é uma verdadeira aula de cinema. Fico aqui tentando encontrar maneiras de expressar e informar ao mesmo tempo, mas fica bem difícil. Não consigo desvencilhar as sensações que o filme me deu das perfeitas linguagem e técnica cinematográficas presentes na obra. Dignas de quem consegue, com uma animação em 3D, abrir um Festival de Cannes.
Uma narrativa simples e super arriscada. Uma história que, quando é delineada nos primeiros surpreendentes 10 minutos, cai no desespero dos roteiristas e marqueteiros de plantão. Como um personagem de um velho rabugento irá sustentar o envolvimento do público até o fim do longa? É uma questão que realmente passa na cabeça do espectador. O mesmo que estava absorvido pela grande tela, ainda enxugando lágrimas secretas, se vê preguiçoso a tentar permanecer a atenção na narrativa. Besteira! Ela, a narrativa, abusa de imagens e essas imagens transbordam de signos, símbolos e sinceridade. É com muita transparência que o personagem se entrega. Até porque já o conhecemos e acreditamos no seu passado. Não resta outra opção senão fluir. Como balões soltos no espaço, o filme flui em direção a uma doce e audaciosa missão: emocionar. E ele convence. A emoção pode parecer vergonhosa para alguns que se dizem durões ou, por outro lado, exagerada para aqueles, que como eu, se permitem chorar até incomodar a cadeira ao lado.
Seguir o sonho deve ser o objetivo maior da vida? Ou esse objetivo já é alcançado quando se sonha?
Resumi assim a moral, as questões que eu absorvi do filme. E é com essa mesma delicadeza vista no tema e na linguagem, que é feita a computação gráfica da animação. Há momentos da mais pura contemplação, produzidos especialmente para o espectador. É óbvio que é uma animação gráfica, 3D e tudo mais. Porém há detalhes, há textura, há luz, há interpretação, há som, há ritmo, há cadência, há homogeneidade, há física. É nítida a preocupação da equipe gráfica do filme com a realidade física para as cenas. Na história existem elementos que, por diferentes motivos, saem do chão e esses
elementos, por meio de plausíveis reações, voltam até o chão, convencendo o espectador da realidade impregnada dentro da fantasia. Eu me incomodei um pouco no momento dos aviões pilotados por cachorros, mas rapidamente entrei na ação.
Não assisti à versão 3D, aquela com óculo e tudo mais. Mas dizem ser uma das versões, desse tipo, mais necessárias já feita. Espero ainda ter a oportunidade de ver. Olha esse vídeo, é uma animação da Pixar, “Parcialmente Nublado”, que passa antes do inicio de “Up” nos cinemas. É ótima, mas é melhor na telona. Pelo mesmo motivo nem vou postar o trailler de Up – Altas Aventuras. To começando a temer a visualização de traillers antes de ver o filme. Da mesma maneira não vou disponibilizar aqui a sinopse do filme, nem explicar nada, acredito que isso só diminuiria a genialidade da narrativa.
Queria terminar dizendo que o filme Up diz muito sobre fazer ou deixar de fazer. Mas tem uma coisa que todos devem, ao menos uma vez, é assistir esse longa-metragem de super bom gosto.

Up – Altas Aventuras
EUA, 2009 – 96 min
Aventura / Animação
Direção: Pete Docter e Bob Peterson
Roteiro: Pete Docter, Bob Peterson e Thomas McCarthy
No Brasil a dublagem do personagem principal, Carl, é feita por Chico Anísio. Chico mostrou já estar acostumado a interpretar novos personagens e fez uma belíssima dublagem.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Ser

A vida se faz tão imbecil
Tão superficial
Tão frágil
Que às vezes
Mesmo sabendo dessa superficialidade desde os tropeços de criança
Mesmo assistindo todos os dias os jornais da TV
Mesmo depois das tentativas frustradas de se tornar um herói
Temos medo da morte
Ou mesmo
Medo da vida não ter sido ainda necessária
Medo de não ter sido
Visto que são palavras publicadas
Medo de não ser
Medo de só ser isso daqui

Não consigo dormir

A dor da dúvida é muito forte.
Mas a dor da descoberta é pior.
Espero não descobrir mais nada nunca.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Flashmob

Flashmob é um movimento organizado por muitas pessoas, não me pergunte como, para fazer dancinhas ou intervenções urbanas em momentos muitas vezes surpreendentes. Na maioria das vezes era por causas sociais. O Black Eyed Peas, que está a mais de 20 semanas no topo de todas as paradas mundiais, usou o Flashmob num programa da Oprah em rede nacional. Mais de 20 mil pessoas surpreenderam a todos com uma coreografia impecável. Eu já gostava de "I Gotta Feeling" antes, agora então... Lincarei um vídeo. Ainda há vários outros no youtube.
Confira.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Quase a gosto (postado em 30 de julho de 2007)

Pensei em partir
Em ir sem rir
Lugar comum algum
Pro chão, canção ou céu
Em mim parir
Ali cair
Voar, cantar ou véu
Amor comum não quero
Com pão, anel e inferno

Beijei seu pescoço
Ouvi o desgosto
Senti o frio de julho sem gosto
Afoguei-me no mergulho do oposto
Meu rosto se distrai
Meu sentir se destrói
Destrulhos das trilhas truncadas dos troços tralhados

Sapatos
Eu os quero muito mais coloridos
Eu Quero ter mais amigos
Inimigos
Quero a infância de volta
Quero a porta da rua sem ruído
Quero o silêncio em meu ouvido
Quero logo um sonho a buscar
Sozinho.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Obcecado por vento.
Comprometido por dentro.
Filosofia por fora.

2º BlogcampES

Gente, do dia 20 ao dia 23 de agosto acontecerá o segundo BlogcampES. É um evento que reúne uma galera que faz blog e que está interada no assunto. Este blog, o Padronisado, será representado numa desconferência com o tema, Blogosfera Literária: prosa e verso. Participarão da mesa: Francisco Amálio Grijó, Juca Magalhães, Orlando Lopes e eu (Marcos Luppi). Acontecerá lá no prédio novo da comunicação, o Bob Esponja, às 14h desta sexta.
Acho que vai ser interessante e seria mais interessante se fosse mais gente lá me ajudar a falar. Todo mundo sabe que eu travo nas improvisações.
Já justificando e expondo uma explicação que eu acredito: creio que os meios, fotografia, vídeo, cinema, teatro, textos, poemas, blogs,..., são todos fugas do meio que mais temo, a fala natural. Mas sempre damos um jeito de nos colocar frente a este meio tão temido por mim. Talvez eu fale isso lá no evento.
Bom, depois dessa notícia e desse desabafo (odeio essa palavra), espero que todos vocês (estimativa de 1,2 bilhões de pessoas em todo mundo) compareçam lá no evento e participe. Mesmo que em outras desconferências de outros temas, etc. Se você leu até aqui é porque Deus quis que você fosse lá. Vai, levanta essa bunda, anda!

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Poema em linha torta


Vida de palhaço
Roupa de palhaço
Linha, tempo, espaço
E eu que preferia fazer mímica.
E eu que achava ser um herói
Vejo-me calado o tempo todo
E quando o contrário: desnecessário
E eu que era alternativo
Nem tiro e nem nada alterado
Ta tudo a mesma coisa
E eu aqui
Com essa cara de palhaço
Engraçado e absurdo
Quase abstrato
Queria um prato para jogar no chão
Queria mesmo eram rimas pra rimar com coração
Mas sempre que se fala dele, ecoa falsidade
Queria a realidade no meu choro
Queria a falsidade no ser feliz
Não agüento mais esse jogo
Essa novela
Quero o novo
Mesmo que seja tudo de novo
Quero água
Quero respirar ar puro
Quero brisa, quero sol
E eu que não vivia sem você
Vivo longe sem saber se sou feio, se sou chato
Devo ser burro ou ingrato
Na dúvida: desacato
Sem razão, sem multidão, sem fatos
Sempre no desespero de recuperar
Seja na inteligência ou na incompreendida raça.
E eu que só queria carinho
Não tenho graça

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Noite perdida

As ruas não são mais as mesmas
Nem mesmo eu estou nelas
Logo eu que vivia em suas esquinas
Logo eu que morria nas calçadas
Quem diria que estaria cheio de “ria”
Ria, ria de mim!
Mas ria alto, ria com gosto!
Em breve perco o posto de ser alvo de piadas
Tão largas e tão vazias
Para que postes de luz? Somos todos caseiros noturnos.
Morcegos ao contrário.
Dormimos a noite e perambulamos a luz do dia

Boca e sarjeta
Beco e mureta

A cada passo na varanda
Vejo novas janelas
A cada vaso de planta
Vejo novos surtos
A cada grito no escuro
Ouço meus amigos
Ou sou a mim mesmo
Fácil é gritar gol
Nem isso eu ouço mais
Viajo nos mesmos aviões
Que fazem todos os dias os mesmos barulhos
Únicos que ainda interferem na minha TV
Ferida que não sei de onde veio
Mas hoje eu não volto mais para rua
Nossa rua.

Ta tão frio aqui sob o ventilador
O meu amor deve estar lavando roupa
Sob a luz da lua
Rua que me dá preguiça
Medo que me dão esses ruídos
Amigos dos meus amigos
Desconhecidos e desaparecidos
Mortos e perdoados
Chego a temer esse vento em meus ouvidos
Chego a tremer nesse vento arrependido
Chego aqui sem pudores
Não posso sofrer sem dor
Não sei o que fazer com o amor pelos outros

O mundo ta bom assim
Já fiz minha parte
Mesmo sem ter feito coisa alguma

Só seria assim, se assim fosse todos os dias
Todas as noites
Todos os dramas
Todas as lamas
Todas as camas

O criado mudo acabou de derrubar o meu vinho na cortina branca

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Coluna travada

Todo dia eu acho que envelheço pelo menos um mês.
Engordo 3 kilos na barriga, fico mais calvo 200 fios, perco a paciência 30 vezes.
A novidade é que a minha coluna deu agora pra travar.
Posso estar dormindo, trabalhando, sentado ou de pé, sem mais explicações, tudo trava.
Já até tomei injeção na bunda por isso!
Aos meus 24 anos isso pode ser calamitoso!
Dizem, também, que sou careta.
Quer coisa mais careta do que o próprio jargão de dizer que alguém é careta?
No início era o álcool.
Mas ele logo adentrou em minha vida.
Depois veio o cigarro, que hoje respeito, mas que ainda me faz espirrar e indagar: isso é bom?
A maconha é mais aceitável que o cigarro pelo simples fato de ter efeitos.
O cigarro parece não causar nada.
Nem calma e nem câncer.
Só fede.
Agora querem que eu engula a porra da cocaína?
Não sei se sou muito superior a todos que usam.
Se eles estão em um patamar mais elevado de entendimento.
Ou se é uma questão de liberdade, de diferenças, de contracultura.
Pra mim não passam de burgueses que passaram toda a infância e adolescência enchendo a pança de Coca-Cola no recreio da escola. Acostumando a consciência a ser leve, mesmo tendo atos pesados.
Pra mim não passam de intelectuais falidos.
Hoje em dia tem muita gente falida.
Parece que ninguém nunca é bom o bastante.
Como tem gente fraca!
Há sempre um padrão a atrapalhar.
Uma modinha a seguir.
Um amigo a colar.
Parece contraditório, mas não é.
Se o cara quer cheirar, cheire, mas faça umas três músicas boas ao menos.
Ou sei lá, trabalhe numa indústria e substitua uma máquina bem inútil.
É falido porque você é um merda!
É falido porque você finge ser o que diz ser!
É falido porque você nunca dará nada que prestes a essa droga de droga!
Mas que droga essa droga! Droga!
A minha droga é escrever essa merda de texto fudido.
Prefiro travar a coluna a travar os dentes. Seu porco estúpido!
Hipocrisia?
Prefiro.
Tradição?
Prefiro.
Engajamento social?
Prefiro.
Chatices a parte?
Prefiro.
Falta de atitude?
Prefiro ter a minha atitude guardada para as minhas decisões e não para as dos outros.
Ladainha?
A minha?
Vergonha?
Eu tenho de você. Nojo, repulsa, aversão, preconceito, pena.
Pena que sou um velho gordo careca de coluna travada.
Se eu fosse outra pessoa, dar-lhe-ia uma porrada, bem dada, na cara.
Seu bosta!
Seu pó!

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Fofoqueira, sai da janela!

Abrir a janela, olhar a vida alheia e difundir os fatos vistos.
Esta não é apenas a vida de senhoras gorduchas de cidadezinhas antigas.
Essa é a situação social do mundo virtual atual.
Observe os sites de relacionamento. No Orkut, por exemplo, há sempre uma maneira de acompanhar a vida de quem você deseja acompanhar. No mínimo descolar algumas informações solucionantes! Duvido que alguém, que esteja lendo isso aqui no blog, nunca tenha feito algo parecido. Já faz parte do nosso cotidiano. E não precisa ser antiga ou gorda, basta abrir as janelas, as fotos, os recados, os amigos, as comunidades, os vídeos, os links e depois dizer pro mundo todo com quem ele ou ela anda. Não se preocupe com a fama de fofoqueiro (a), existem mecanismos que facilitam a vida de quem quer ser anônimo, invisível, irreconhecível, fake. Nem a maior bisbilhoteira do milênio passado poderia sonhar com tamanho incentivo. É realmente atraente essa possibilidade. Tanto descobrir, quanto divulgar.
No fundo sempre seremos eternos dependentes do outro. Por mais que a sociedade pareça estar cada vez mais individualista, fria, distante e excludente, vejo que o interesse pelo outro ainda não mudou. Encaro até de forma inversa. Acho que a cada invenção inventada por um inventor, criamos mais uma maneira de nos grudar, nos vigiar. Mas isso não é tão pejorativo assim. Usamos pra confraternizar, nos unir, de forma real, churrasco, boate, futebol, cinema. Não preciso mais bater na porta do vizinho para chamá-lo para um café. Basta mandar um torpedo. Não preciso ir a Colatina pra encontrar o amigo de infância. É só procurar no Orkut, na comunidade da determinada escola. No mínimo encontrará uma foto dele num álbum de um algum semi-amigo. Alias encontrará vários outros amigos esquecidos. Poderá até marcar uma festa de reencontro.
Isso é solidão? Pra quem acredita em destino, pode até ficar confuso. Estaríamos alterando nosso futuro ou isso tudo já estava escrito?
Acho que isso ainda não é nada. O novo milênio acabou de começar.
O “nerd” de internet acabou de ganhar o primeiro salário. Alias o nerd é um exemplo de como as relações sociais estão em processo de alteração avançada. O que antes era tido como “jeito nerd de ser”, hoje é hábito geral. Todos vivem o dia todo no computador, por exemplo. E não é só trabalhando. O legal disso tudo não é nem a questão mais fútil da coisa, mas o porquê dos nerds deixarem de ter esse perfil. Primeiro porque todos também querem fazer o mesmo que eles já faziam. Segundo é o adolescente de hoje, que consegue descobrir com maior facilidade o grupo social que melhor lhe convém. O que antes o fazia ser estranho, agora o traz características, gostos, preferências e embasamentos. O gosto musical é um ótimo exemplo. Não é necessário assistir a MTV ou escutar Jovem Pam, Universitária, Litoral e esperar por uma vida até que a Elza Soares toque alguma vez. Eu posso entrar na comunidade dela no Orkut, trocar informações, links, conversar com pessoas que pensam o mesmo sobre ela e acrescentar no seu repertório de Elza.
Não é reduzir-se num grupo e nem excluir o resto do mundo. É ter opção.
Hoje eu posso até criar noticia e publicar, criar música e publicar, opiniões e publicar. Como esta. Comecei o texto com um foco e depois ele escapuliu de minhas mãos, mas e daí? Então, quem daria uma plataforma de divulgação de idéias a uma pessoa como eu nuns 10 anos atrás? Ninguém, né? Bom, já agradeço ao Blogspot pela oportunidade e peço a vocês que continuem a conversa. Basta comentar! Façamos a bagunça! Desculpe a concordância e não precisa concordar!

Laços e abraços

São tantos laços ao nosso redor
Que por não te ter fixo em meus braços
Passo a andar em passos falsos
Sem saber o que me aflige
Sem saber pra quem olhar
Quem perguntar
Telefonar
São tantos laços dando nó
Que nós não sabemos mais quais nós nós devemos desatar
Os laços são interessantes
Mas antes
O laço éramos nós
Eram nossos corpos
Nossa saliva
Nossa língua
Nossa fala
Nossos poemas
Nosso olhar
Mas não é porque não te tenho fixo em meus braços que posso dizer que não te tenho
Mas não é porque não te tenho fixo em meus braços que posso sair por aí chorando
Mas não é porque não te tenho fixo em meus braços que posso te culpar
Mas não é porque não te tenho fixo em meus braços que pode sair e não me ligar
Queria tanto que você fosse fixo em meus braços.

quinta-feira, 5 de março de 2009

É março e não janeiro

Vejo o Rio de Janeiro

Não choro

Vejo o morro, o cristo,

Sinto o cheiro

É a fumaça do seu maço

É março e não janeiro

São as águas do Rio

São as promessas de vida

que fecham o verão

Que mesclam cores

Amizades vividas

Amigos e amigas

Rimas e desavenças

A melhor viagem de todos os tempos

Ao menos para o poema

Não tem São Paulo, Paris, Argentina ou Curitiba

Prefiro o Rio e suas mentiras

Suas maravilhas

Suas fantasias

Suas ruas e seus desfiles

Um carnaval de jargões

Um bacanal de ilusões

Um aqueduto de cartões postais

Um enxoval de samba

Lá eu andei a pé, de carro, de metrô, de bondinho, de buzu, menos de trem.

E olha que nem me cansei

O meu segredo é que sou um rapaz esforçado

Ligado e impressionado

Mas isso passa

Tudo passa

Tudo passará

Tudo passarinho

Tudo choro, tudo rio

Tudo cego, tudo vejo

Emudeço

Cresço, mas não mudo

Quero mais do mundo

Quero mais o Rio de Janeiro

O meu e o alheio.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Oscar Wilde

"Qualquer preocupação com a idéia do que é certo ou errado em comportamento revela um desenvolvimento intelectual retardado"

Perdendos e perdidos

Estamos perdidos de amor
Perdidos um pelo outro
Perdidos de razão
Perdidos de emoção
Perdidos de lágrimas
Perdidos na cidade
Perdidos de diálogo
Perdidos de coerência
Perdidos nas palavras
Perdendo o amor
Perdendo um o outro
Perdendo a razão, a emoção, as lágrimas, as cidades, o diálogo, a coerência, as palavras

sábado, 24 de janeiro de 2009

Mágoas

Não há explicação para o choro
Tê-lo é a exclusão do excesso
Mas não é exagero
Exagero seria guardá-lo
Acumulo de mágoas
Águas que querem desaparecer
Tem hora que gente quer ter uma idéia genial
Resolver tudo num piscar de olhos
Numa promessa
Numa meta
Numa droga
Mas que merda é essa música!
Não consigo conceber a finalidade dessa novela!
Quem te disse que preciso de conselhos?
Não dá! Essa roupa. Essa calça. Esta calça não dá!
Tenho que emagrecer
Vou dar um jeito nesse cabelo
Argh! Mas que nojo esse perfume
Tira isso!
Impregnou a casa inteira
Essa casa cor de gelo sujo
Vou fazer um quadro
Tinta guache mesmo
Tudo verde e roxo
Cadê minha agenda, heim?
Não quero trabalhar hoje
A, B, C, Dário!
Alou, Dário? Vamos sair?
Vida chata essa de quem fica em casa
Mas antes vou cozinhar um macarrão
Colocar molho de tomate e sal
Sem manjericão
Ele não gosta do manjericão
O... Dário! Ele não gosta de manjericão
Cansei de ficar na janela
Acho que vou sair sozinha
E se eu sair
Ah, se sair...
Para trás eu não olho
A não ser que...
O Dário me grite!
Quero sentar no balcão
Mesa é para frouxos
Até porque, só quero papo com o garçom
Assim ele capricha mais na vodca
Vou acabar dançado no meio do bar
Já to até vendo
Eu, o garçom, o Pedro e a...
Será que a chata vai?
To doida pra ignorar alguém
Quer saber?
Não vou mais
Continuarei lendo
Só faltam 7 páginas
E quando acabar...
Ah... quando acabar
Quando acabar...
Ele vai pra estante
E eu vou pra internet
Odeio mensagem pronta
Apagarei tudo, todas, todos!
Adoro!
Já me sinto mais produtiva
Vou pesquisar sobre Janis Joplin
Quero escrever um artigo sobre resquícios da música de Janis na música de Cazuza.
Se for preciso, uso até drogas
Bebo, fico nua, transo com todo mundo, engravido
Engravido...
Mas que drama é esse que meus olhos insistem em fazer?
Isso deve ser até crime
Gastar esse mundo de água
Por ele
Logo ele
Que desistiu
Que não soube lidar com a situação
Que não soube ceder
Que não quer me ver por uma semana
Que ta, sabe lá Deus, aonde
Que vai beijar na primeira oportunidade a primeira piranha que aparecer
Pra mim isso é traição
Pior
Além de me trair, me larga
Não dá nem para revidar
Ah, que ódio!
Quero esquecer isso
Dizem que só o tempo ajuda
Pra mim ele só atrapalha
Acho ele lerdo
Linear demais
Acho que vou nadar
Sem rumo, sem linha, sem bóia
Nada melhor que nadar para nada, para o nada
Na água eu posso até chorar
Mas na água, no mar, meu choro, não é nada
Lá é preferível nadar
E é bem isso que eu vou fazer agora
Mas pode ter certeza de uma coisa
Eu sei voltar

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Veja a lista dos principais indicados ao Oscar 2009

Melhor Filme
Frost/Nixon
O Curioso Caso de Benjamin Button
O Leitor
Milk - A Voz da Igualdade
Quem Quer Ser um Milionário?

Melhor Ator
Brad Pitt, por O Curioso Caso de Benjamin Button
Sean Penn, por Milk
Frank Langella, por Frost/Nixon
Mickey Rourke, por O Lutador
Richard Jenkins, por The Visitor

Melhor Atriz
Meryl Streep, por Dúvida
Anne Hathaway, por O Casamento de Rachel
Kate Winslet, por O Leitor
Angelina Jolie, por A Troca
Melissa Leo, por Rio Congelado

Melhor Ator Coadjuvante
Josh Brolin, por Milk - A Voz da Igualdade
Robert Downey Jr., por Trovão Tropical
Philip Seymour Hoffman, por Dúvida
Michael Shannon, por Foi Apenas Um Sonho
Heath Ledger, por Batman - O Cavaleiro das Trevas

Melhor Atriz Coadjuvante
Penélope Cruz, por Vicky Cristina Barcelona
Viola Davis, por Dúvida
Amy Adams, por Dúvida
Taraji P. Henson, por O Curioso Caso de Benjamin Button
Marisa Tomei, por O Lutador

Melhor Diretor
O Leitor, Stephen Daldry
O Curioso Caso de Benjamin Button, David Fincher
Quem Quer Ser Um Milionário?, Danny Boyle
Milk - A Voz da Igualdade, Gus Van Sant
Frost/Nixon, Ron Howard

Melhor Filme Estrangeiro
Valsa com Bashir
The Baader-Meinhof Complex
Entre Les Murs
Departures
Revanche

Melhor Filme de Animação
Kung Fu Panda
Wall-E
Bolt - Supercão

Melhor Roteiro Adaptado
Dúvida
Quem Quer Ser Um Milionário?
O Curioso Caso de Benjamin Button
Frost/Nixon
O Leitor

Melhor Roteiro Original
Milk - A Voz da Igualdade
Wall-E
Na Mira do Chefe
Simplesmente Feliz
Rio Congelado

Melhor fotografia
A Troca, Tom Stern
O Curioso Caso de Benjamin Button, Claudio Miranda
Batman - O Cavaleiro das Trevas, Wally Pfister
O Leitor, Chris Menges e Roger Deakins
Quem Quer Ser um Milionário?, Anthony Dod Mantle

Melhor direção de arte
O Curioso Caso de Benjamin Button, Donald Graham Burt, Victor J. Zolfo
A Troca, James J. Murakami, Gary Fettis
Foi Apenas Um Sonho, Kristi Zea, Debra Schutt
Batman - O Cavaleiro das Trevas, Nathan Crowley
A Duquesa, Michael Carlin, Rebecca Alleway

Melhor figurino
Austrália, Catherine Martin
O Curioso Caso de Benjamin Button, Jacqueline West
A Duquesa, Michael O'Connor
Milk - A Voz da Igualdade, Danny Glicker
Foi Apenas Um Sonho, Albert Wolsky

Melhor documentário em longa-metragem
The Betrayal (Nerakhoon), Ellen Kuras, Thavisouk Phrasavath
Encounters at the End of the World, Werner Herzog, Henry Kaiser
The Garden, Scott Hamilton Kennedy
Man on Wire, James Marsh, Simon Chinn
Trouble the Water, Tia Lessin, Carl Deal

Melhor documentário em curta-metragem
The Conscience of Nhem En, Steven Okazaki
The Final Inch, Irene Taylor Brodsky, Tom Grant
Smile Pinki, Megan Mylan
The Witness - From the Balcony of Room 306, Adam Pertofsky, Margaret Hyde

Melhor montagem
O Curioso Caso de Benjamin Button, Kirk Baxter e Angus Wall
Batman - O Cavaleiro das Trevas, Lee Smith
Frost/Nixon, Daniel P. Hanley e Mike Hill
Milk - A Voz da Igualdade, Elliot Graham e Gus Van Sant
Quem Quer Ser Um Milionário?, Chris Dickens

Melhor maquiagem
O Curioso Caso de Benjamin Button
Batman - O Cavaleiro das Trevas
Hellboy 2

Melhor trilha sonora original
O Curioso Caso de Benjamin Button, Alexandre Desplat
Defiance, James Newton Howard
Milk - A Voz da Igualdade, Danny Elfman
Quem Quer Ser Um Milionário?, A.R. Rahman
Wall-E, Thomas Newman

Melhor Canção
Wall-E, com Down to Earth
Quem Quer Ser Um Milionário?, com Jai Ho
Quem Quer Ser Um Milionário?, com O Saya

Melhor Curta-Metragem de Animação
La Maison de Petits Cubes, Kunio Kato
Lavatory - Lovestory, Konstantin Bronzit
Oktapodi, Emud Mokhberi, Thierry Marchand
Presto, Doug Sweetland
This Way Up, Alan Smith, Adam Foulkes

Melhor Curta-Metragem
Auf der Strecke (On the Line), Reto Caffi
Manon on the Asphalt, Elizabeth Marre, Olivier Pont
New Boy, Steph Green, Tamara Anghie
The Pig, Tivi Magnusson, Dorte Høgh
Spielzeugland (Toyland), Jochen Alexander Freydank

Melhor Edição de Som
Batman - O Cavaleiro das Trevas, Richard King
Homem de Ferro, Frank Eulner, Christopher Boyes
Wall-E, Ben Burtt, Matthew Wood
Quem Quer Ser um Milionário?, Tom Sayers
Procurado, Wylie Stateman

Melhor Mixagem de Som
O Curioso Caso de Benjamin Button
Batman - O Cavaleiro das Trevas
Quem Quer Ser Um Milionário?
Wall-E
Procurado

Melhores Efeitos Visuais
O Curioso Caso de Benjamim Button
Batman - O Cavaleiro das Trevas
Homem de Ferro

Shooting Shopping

Imagine um shopping bonito, grande e cheio. Calmo. O shopping estava calmo naquele dia. Agora pense em tiros, muitos tiros e muita gente correndo e gritando desesperada. Pois é, foi assim. Eu me joguei no chão, saí rastejando até entrar numa loja, Broockfilds, alguma coisa assim. Estávamos bem perto dos tiros. Eu, meu primo e duas colegas que tínhamos acabado de encontrar.
O celular, dentro da loja, não pegava. Desespero é não conseguir contato com as outras pessoas que eu sabia que estavam no shopping. Dois seguranças morreram. Era um assalto. Roubaram o malote de dinheiro que os seguranças levavam do banco do Brasil para o carro-forte. Fugiram. E nós ficamos ali. Eu me escondi no provador da loja. Mas se eles invadissem a loja, eu iria me esconder atrás dos ternos masculinos. Sei que ficamos sem informação, ficamos inseguros lá dentro e ainda tivemos que pagar o estacionamento. Um absurdo. Levamos um baita susto, quando o povo voltou a correr, mas nada aconteceu. Fiquei meio arisco depois disso. Tudo eu levo susto. Imagina quem estava mais perto ainda. Ou sei lá... Foi péssimo. Acho que deveriam tirar aquele banco de lá. Ou evitarem transações deste porte em horários de funcionamento. Não consigo enxergar o shopping da mesma maneira, com a mesma calma. Não sei qual é a opinião menos tradicional. Dizer que eles precisam ser punidos severamente ou dizer que é falta de família, Deus e escola. To tão confuso quanto a isso. Não sei até que ponto a punição, Deus, a família e a escola poderiam ter amenizado o fato. E nem sei até que ponto a punição, Deus, a família e a escola contribuíram para planejarem o fato.
Cansei. Beijos.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Amor de clichê

Vivo uma confusão racional
Morro uma ordem emocional
Não há cheiro e nem lembranças que me fazem perceber
É tudo sem nexo, em sexo, em pancada
Escada que ascende com o tempo
Contudo te deixa no fundo
Orgulho, mergulho no mundo
Transbordo a emoção
Vejo a desfiguração da lapavra
Comento com o vizinho e ele nada diz
Esgotado, corro
Não há nexo nessa confusão emocional
Apesar da coerência
Coincidência

A saída é no meio
Não é nem lá fora
E nem lá dentro
A saída é no meio

Como eu queria o equilíbrio
Paz, amigos e vento.
Rechonchudo e revolucionário
Impossível.
Penso em fugir deste país
Para algum lugar nobre
Talvez eu seja um nobre
Um lorde
Não um pobre, quem sabe um plebeu.
Mas, de que adianta desviar-se de algo que já colidiu?
Quero mesmo é esse amor
Esse desejo
Que tanto almejei ser o mesmo

Anseio uma reciprocidade estampada em outdoor

Tem hora que a gente fica assim
Óbvia, óbvio
Abarrotado de clichês
Brega
Como aqueles textos de Orkut
Exposto e pronto para ser ignorado
Ai que tragédia é escrever apaixonado.