terça-feira, 23 de outubro de 2012

Mediterrâneo

Partículas da miséria universal pousaram em mim. 
Preciso de um banho bento
De um argumento forte
Dum suspiro
De um pé-de-moleque

Sou opera, soap opera
Sou mar sírio, sou martírio 
Quero jazz, quero paz

Nascido e criado entre ventos
Vôo lento recriando rotas
Relembrando que não posso, também, pousar na inocência dos outros.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

O teu cangote


Sou um recém nascido
Um bebê com fome
Aquele, aquilo, ex-acuado
Atrás de tocar outra vez a sensação
Tentando escutar pela primeira vez o que já me disseram
Sou um guri com fantasias
Sem limites pra ouvir
Sem vergonha de perguntar
Quero a verdade do teu perto
O prazer no teu beijo
O carinho no teu olhar
O teu cangote
Quero ser eu sem ter que apagar você
Te quero junto
Te quero sincero
To tão besta que tenho medo de não estar sendo
O bom de ser novinho é que posso escrever coisas bonitinhas
Sem preocupação com o requintado
Quero dar amor, quero ser amado.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

A diferença entre ser o humano e animal não está na inteligência cerebral, mas na burrice do amor.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

O sol não atravessa

Nem sei porque ele fica lá
Bebi muito ontem a noite
Não pensei que teria que acordar nesta manhã de terça

Você estava caindo
Nem ascendi a luz da sala
Fingi dormir

A luz do sol não entra
Mas já faz tarde do outro lado
Você sabe o que fizemos

Não veja armas, por favor
Agora só vejo o reflexo dos raios no predio da frente
E as sombras das árvores

quinta-feira, 29 de março de 2012

Caranguejo do norte

O conselheiro me disse alguma coisa sobre mar
alguma coisa sobre lar
acho que alguma coisa sobre hoje

A sobremesa está sobre a mesa
E continuamos chupando as patas dos caranguejos
Caranguejos do norte

Já é frio, ta fazendo noite

Vou ficar em casa até que o conselheiro me diga alguma outra coisa
E espero mesmo que seja alguma coisa sobre amanha.

quinta-feira, 8 de março de 2012

Os sonhos que tive

Tem gente que pensa que sonhamos por alguma razão
Não se tem razão, senão, passado
Assim como ontem, ou antes de ontem
Passado
Não se sabe do sonho até que venha o dia seguinte
Até que alguma coisa o acorde
O contrário é a morte
Sorte de ter o sonho como cotidiano em eternidade
Mas não morremos, o beijo ou o susto nos desperta
Nos levanta
Nos faz sentir saudades
Até alegria

Covardia é morrer de rir dos nossos sonhos que tive.