sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Noite passada

Cada um estava no seu canto
A cada canto um passo mais perto
Espero esperto no canto escuro
Muro que, de casaco grosso, fez-se cama
Ama como se fosse o da rua
Lama que não suja os pés
Preto e branco é contraste nessa terra de dia cinza
Ímã que nos gruda
Frio que nos esquenta
Liberdade que nos penetra
Janelas que nos invejam
E por fim, o segredo no seu ouvido:
Sou apenas um pensamento escrito

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Summertime
Sometimes I remember
Summer times
We together
We can
Weekend
Alone together
Alone forever
For every time
Four thousand years
Faltavam palavras
Não tenho meios pra dizer isso sem você
Português
Mas como não te tenho mais
Try again
Im ok

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Etílico

A tosse do dia seguinte é a sabatina de que fumei
Blusa babada
Notas perdidas
Santo Antônio que o diga
Como fui parar lá Deus do céu
Caso queira me compreender molde-se de mim
Em caso de dúvida está correto
Nunca tive certezas
Não até o domingo
Se vestires de mim assim como está se propondo
No meio da maior torcida do mundo
Estará camuflado
Apareço como um balão
Um som
Um tiro
Nem numa guerra fincarás estacas
Quase nunca eu vi alguém tão perto de mim
Não mais que novamente corro ininterruptamente
Corremos agora lado a lado
Paralelas que não se cruzam
Isso é balela
Paralelas se espelham
Se irritam
Remoem
Bebem
Vomitam
O tempo todo somos levados a pensar o tempo todo
A coerência dos fatos acaba na medida em que inicia um próximo
Vítimas de flechas
Somos todos vítimas de flechas
Arcanjos sem mira
A sede de água renova minha lembrança
A sede de ontem
Como posso agora enfim não usar mais pontuação
Rescindi com a burocracia
Isso explica Amor
Quem sou eu para pontuar alguma coisa
Decida
Decida você alguma coisa Jesus
A dor na cabeça ofusca meu desequilíbrio
Em mim perdido em mim
Torto como um torto
Como um pão de gergelim
Cuspo sangue de barata
Mato tudo ponho fogo
Só restaram as margaridas
Margaridas infinitas

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Já vai passar

Já vai passar
Já vai passar
Já vai passar

É clichê e artificial falar ou ouvir falar de amor e de dor. Até tê-los.

Na mesa do bar, fica tudo fácil.
Muito fácil me escutar, dar uma golada na porra da cerveja, dar uma tragada na desgraça do cigarro, olhar com uma cara de menino maduro e falar as mesmas bostas de sempre!

Dar conselhos não é um dom.
Dar conselhos não é um favor.
Dar conselhos é uma chatice.
Um blefe. Uma Hipocrisia.
Vai me dizer que tinha boas intenções?

Por que você não pega a porra desse cigarro e enfia no meio do cú?
De repente cura suas hemorróidas?
No dos outros é tudo passageiro.
É tudo teorizável.
Estamos todos nadando em plumas.
No cú dos outros, você goza.
Ou você pensa que tem alguém se divertindo nisso tudo?
Não estou num livro que você leu.
Nem na novela que você diz que não viu.
Mentirosa!
Não estou não.
Não estou.
O meu tremor não é de medo do que irá acontecer.
O meu medo é o do tremor nunca passar.
Nunca passar.
Nunca passar.
Nunca passar.
Nunca passar.
Nunca passar.

Portas

Portas são janelas compridas
Lugar de transação contínua
Eixo de ligação entre o ter e o subverter
Barreira articulada
Seleção natural humana
Ou, simplesmente,
Pedaço frágil das paredes
Ou, ainda,
Momento de despedida
Símbolo da discórdia
Marca da pausa
Recorte da floresta
Árvore cortada

Tampa dos segredos
Estrondo da ignorância
Prepotência dos que são donos
Razão da chave
Exclusão
Inclusão
Adeus
Olá

domingo, 10 de abril de 2011

Rio até certo ponto.



(Texto sem muitos cuidados técnicos. Senão passa a emoção e já cansei de tentar a razão.)

O Rio não precisa de filme ou de novidades pra dizer que ele é lindo. Mas é bom quando dizem ou quando sentimos vontade de dizer. No filme “Rio”, o Rio, aparece de forma majestosa, feliz e com seus devidos contrastes. Diziam que era um Rio de Janeiro perfeito, não compreendo esse comentário. Só teve cena nas favelas, na Lapa, em Santa Teresa, uma rápida na praia da zona sul e nas florestas. Além das paisagens. Se pensarmos em técnica de animação e linguagem cinematográfica somadas ao quanto é legal ver o Rio na telona, perfeito!

Mas existem problemas no filme. A história, o que segura o filme, o que acontece com os bixos, foi um pouco rasa demais, dentro dos padrões das grandes animações que estamos acostumados. Os argumentos são fracos. Parece tudo muito sem explicação emotiva. Causando um filme sem motes consistentes. Não é explorado o motivo do Blu não saber voar, nem onde estão os pais dele. Foram pegos e estão aonde? Vários probleminhas de coerência geográfica, que nós, quase cariocas, sabemos. Poderia ser mais engraçado também. Também há momentos ótimos, como a sacada do semáforo (vão lembrar, é logo no começo), como o pássaro vilão, como o buldog.

O grande problema do filme, pra mim, foi a existência dos macaquinhos. Achei de péssimo gosto. Nem consegui prestar tanta atenção no filme, depois que eles entraram. Só pensava, que merda que o diretor fez ao enfiá-los ali. No início eu achei que estava ficando louco por estar achando que havia uma analogia dos macaquinhos com os pivetes do Rio. Eles roubam jóias, câmeras, celulares,... Só que seguindo o filme, aconteceu uma cena desconcertante. Os macaquinhos não conseguem fazer o serviço que a ave má pediu, fracassam. Daí, a ave diz mais ou menos isso aos macaquinhos: “Isso que dá, dar serviço de ave pra macaco.” Eu juro que foi isso que eu escutei. E não consigo, não sei se por preconceito meu, dar outra conotação. Fiquei muito perdido depois que escutei isso. E não tem sentido, não precisava daquilo. Diretor, os macaquinhos e tudo que os envolveu no filme foi DESNECESSÁRIO! Já a ave má, apesar de ter dito a tal frase, poderia ter feito, ela mesma, o serviço. Eu ri muito com Rio. Mas, ri até certo ponto.

Quero ver outra vez e em inglês, para ver se entendo outra coisa. Posso ter me precipitado.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Natalie Portman ganha seu primeiro Oscar!

A Natalie Portman mostrou para o mundo o que é interpretar. Não se sabe ao certo como definir uma ótima atuação, é particular. O que posso dizer é que, assim como a Nina fez, atuar bem é transgredir e isso não é muito palpável para os metódicos e nem para os mercadológicos (por burrice). A burrice é identificada, pra mim, quando se pode enxergar o potencial, porém prefere a repetição. Isso é burrice, pois não obedece a uma característica natural humana: a adaptação. Somos capazes de entender qualquer que seja a arte ou a língua, basta dar a chance. Não há fórmula ou linguagem na história, capaz de ser seleta. Tudo é compreendido. Se alguém diz o contrário, é propaganda. Balé e funk, chatos e amados. Parabéns, Natalie pelo Oscar. Foi merecido.

Um menino sonhador

Corria, gritava, achava e dizia
Era tudo tão mais fácil
E ainda é
Mas velho como um tio
Fez-se em choro
Face a face
Sem saber muito bem o que dizer
Teve que escolher
E escolheu não ter a certeza de ter
Tendo o que tinha
Já não sonhava, pedia
Vivendo o que vinha
Estilhaçava no atrito
Fugia da esquerda
E nem mais água bebia
Era um paradoxo gostoso
E que engordava
E que era gostoso
E que engordava
Mas que covardia seria jogar a culpa no outro!
Não!
É minha!
Assumo tudo
Dele até a primeira pessoa
Irei
Serei
Ser rei
Se errei
Se arrependerei
Será só para saber que não precisava
Mas precisei.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Prazer em conhecê-lo

Na bifurcação da dúvida eu me esbarro numa corda
Queriam-me amarrado, queriam-me alado
Se eu pudesse, talvez, partir-me ao meio
Se eu quisesse apenas o seu abraço

A existência me fez perdido
A perdição se faz sentido
O sentimento dói
Evoco o tempo

Invento
Vento
Vem

Futuro do Pretérito

Quem
Disse
Fez
Sumiu

Quem
Disse
Foi
Ficou

Fico pensando se faria ou se ficaria

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Soubéssemos

Que obra é essa, que já nasce duvidosa?
Ruídos não são sons até que se estabeleçam
Situar é impregnar o “não sei” no “idem”,
Em chance de não saber distinguir um do outro!
Credo, quantas cruzes no cemitério!
E tem gente que ainda acredita que realmente morreram esse tanto de gente.
Coitado do homem que fugir daqui sem saber pra onde foi.
Enquanto escutar os que tentam fazê-lo acreditar que está em algum lugar, estará.
Bem lá. No mesmo lugar.
Mas também não há problema nisso. Pelo contrário.

Coisa de mim

No tardar da tarde
Rende
Rente ao meu corpo e mente
E deságua e engole
A gente
Que só queria matar a chata
Aula de dança de patins
É de quebrar o queixo
É de rapadura
A vida inteira eu quis ter a vida inteira
A vida inteira eu fiz ter a vida inteira
Eu vim da margem
Do Rio, de Tókio
Do rock
Sou quase virgem
Maria não deixou que fosse
Embora esteja cansado
De pé eu rezo
Adeus.

sábado, 22 de janeiro de 2011

Valsa de quem queremos (1ª versão da letra, sem correção)

O que passou por mim
Vai ter coragem
Se não bobagem

Volta pra lá de onde veio
Feio é trazer caixão
Saia daqui seu muleque
Que olha e desaba
Que chega e complica
Que mostra e que aposta
Que jura e desmente
Que tira e atiça
minha razão

Assim sozinho, pedi amor
Perdir seu carinho, caminho à dor

La, La La, La La, La La. Láááá, Lááá La La lááá, La lááá, La láááá.

No canto da sala morrendo
O jarro com a planta quebrou
Queimou cartas, abraços eternos
Lembranças de um dia e
depois

Que vi você partir
Cantei, falei “me arrependi”

Pedi, pedi a chance outra vez
Não tive a resposta que tanto – Perdi, Perdi, perdi, perdi, perdi, perdi, perdi
La, La La, La La, La La. Láááá, Lááá La La lááá, La lááá, La láááá.