terça-feira, 20 de outubro de 2009

Up - Altas Aventuras

Uma obra magnífica! A animação da Pixar Animation Studios em parceria com a Walt Disney Pictures é uma verdadeira aula de cinema. Fico aqui tentando encontrar maneiras de expressar e informar ao mesmo tempo, mas fica bem difícil. Não consigo desvencilhar as sensações que o filme me deu das perfeitas linguagem e técnica cinematográficas presentes na obra. Dignas de quem consegue, com uma animação em 3D, abrir um Festival de Cannes.
Uma narrativa simples e super arriscada. Uma história que, quando é delineada nos primeiros surpreendentes 10 minutos, cai no desespero dos roteiristas e marqueteiros de plantão. Como um personagem de um velho rabugento irá sustentar o envolvimento do público até o fim do longa? É uma questão que realmente passa na cabeça do espectador. O mesmo que estava absorvido pela grande tela, ainda enxugando lágrimas secretas, se vê preguiçoso a tentar permanecer a atenção na narrativa. Besteira! Ela, a narrativa, abusa de imagens e essas imagens transbordam de signos, símbolos e sinceridade. É com muita transparência que o personagem se entrega. Até porque já o conhecemos e acreditamos no seu passado. Não resta outra opção senão fluir. Como balões soltos no espaço, o filme flui em direção a uma doce e audaciosa missão: emocionar. E ele convence. A emoção pode parecer vergonhosa para alguns que se dizem durões ou, por outro lado, exagerada para aqueles, que como eu, se permitem chorar até incomodar a cadeira ao lado.
Seguir o sonho deve ser o objetivo maior da vida? Ou esse objetivo já é alcançado quando se sonha?
Resumi assim a moral, as questões que eu absorvi do filme. E é com essa mesma delicadeza vista no tema e na linguagem, que é feita a computação gráfica da animação. Há momentos da mais pura contemplação, produzidos especialmente para o espectador. É óbvio que é uma animação gráfica, 3D e tudo mais. Porém há detalhes, há textura, há luz, há interpretação, há som, há ritmo, há cadência, há homogeneidade, há física. É nítida a preocupação da equipe gráfica do filme com a realidade física para as cenas. Na história existem elementos que, por diferentes motivos, saem do chão e esses
elementos, por meio de plausíveis reações, voltam até o chão, convencendo o espectador da realidade impregnada dentro da fantasia. Eu me incomodei um pouco no momento dos aviões pilotados por cachorros, mas rapidamente entrei na ação.
Não assisti à versão 3D, aquela com óculo e tudo mais. Mas dizem ser uma das versões, desse tipo, mais necessárias já feita. Espero ainda ter a oportunidade de ver. Olha esse vídeo, é uma animação da Pixar, “Parcialmente Nublado”, que passa antes do inicio de “Up” nos cinemas. É ótima, mas é melhor na telona. Pelo mesmo motivo nem vou postar o trailler de Up – Altas Aventuras. To começando a temer a visualização de traillers antes de ver o filme. Da mesma maneira não vou disponibilizar aqui a sinopse do filme, nem explicar nada, acredito que isso só diminuiria a genialidade da narrativa.
Queria terminar dizendo que o filme Up diz muito sobre fazer ou deixar de fazer. Mas tem uma coisa que todos devem, ao menos uma vez, é assistir esse longa-metragem de super bom gosto.

Up – Altas Aventuras
EUA, 2009 – 96 min
Aventura / Animação
Direção: Pete Docter e Bob Peterson
Roteiro: Pete Docter, Bob Peterson e Thomas McCarthy
No Brasil a dublagem do personagem principal, Carl, é feita por Chico Anísio. Chico mostrou já estar acostumado a interpretar novos personagens e fez uma belíssima dublagem.

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