quarta-feira, 23 de maio de 2007

A velocidade que me turva

Eu nunca, desde minha infância, imaginei que eu poderia estar em um ritmo lento

Em um ritmo não tão rápido quanto os outros

Os outros que de tão rápidos se esquecem de mim

Que enfim me vejo só

E olha que eu corro

Dobro e desdobro

E olha que eu morro

No próximo arranca-toco

Não vale o mundo essa vida que levamos

Não há segundos suficientes para todos

Não para mim

Não nessa vida chinfrim

Acham que eu queria ter a vida que pedi a Deus?

Enganou-se, essa eu não tive coragem de pedir a Ele.

A vidalocidade acessa de dia, a noite e na madrulouca

A rouca que nem tira a roupa pra dormir

Pra que, se dormir é perda de tempo

É fim da linha de mais um parágrafo

Incrível é a capacidade de se articular dessa gente

No meio do corre-corre, no meio da pista de dança, no meio da vida

Aos 30 eu não quero ainda estar assim

Quero sombra e água fresca

Caso água ainda tivermos nesse futuro mundo das sombras

Catástrofe começando e o fim chegando

Culpada e impune é essa a desculpa da agonia

Ninguém protege a ferida, ninguém acorda pra vida

Ninguém dorme

Sonambulando pelas ruas das crendices

Achando que vão ser ricos

Hambúrgueres para encher a pança dos burgueses

Fregueses do próprio drama

Não comem grama, mas comem terra

A Terra das minhocas, que um dia os devorarão na certa

Merda, perdi a hora

Tenho que ir embora.

Um comentário:

Leonardo ViSo disse...

Tem umas rimas.. hummm...
eu fico pensando, ruminando essa da velocidade diferente dos demais... ser mais rápido que a maioria tb é uma merda. eu vejo muita coisa em camera lenta... hummm tem umas rimas...
abraço...

meu blog tá atualizadoooooooooo