segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Musical Boulevard 83 – Teatro Capixaba !


Depois de vários meses desde a primeira apresentação do espetáculo, está chegando ao fim a temporada de Boulevard 83 este ano aqui em Vitória.
O último final de semana de apresentações acontecerá nestes sábado e domingo, 28 e 29 de novembro. No sábado – 20h e no domingo – 19h. Teatro Galpão. (Reta da Penha)
Passamos pelos teatros do Marista de Vila Velha, SESI de Jardim da Penha, Marista de Colatina, Carlos Gomes, Teatro Universitário da UFES e por fim Galpão.
Foi uma longa jornada, com muitas emoções e de muito aprendizado. Tudo foi muita novidade pra mim. É a minha primeira peça de verdade. Primeiro personagem. Primeiros palcos. Primeiros públicos. Tudo era e ainda é novidade. Do camarim aos aplausos. Nada é previsível, mas é tudo obviamente simples. Sem pompa, mas com alma e dedicação. A frase que mais irei usar depois de Boulevard é uma dita por Leandro Bacellar nos ensaios: “... se não suar, a cena não está boa...” Levo esse lema em todas as falas e gestos do personagem Jam Montolla. Não quer dizer que ele sai ensopado de todas as cenas. (quase) Mas que ele sente na pele cada expressão. É claro que há dias que isso não acontece com muita facilidade. Querendo ou não, há o mundo lá fora. Há público ali dentro. Há regras, técnicas, deixas, tons, ritmos, danças, medos que nos tomam a mente às vezes. Mas é mágica a maneira que tudo isso se encaixa e me encanta. Aprendi que o ator tem que ser ator em qualquer teatro, com qualquer público. Um segredo: prefiro muito mais apresentar para menos gente. Fico mais solto para arriscar. É mais difícil agradar a poucos. E por isso, fico muito mais aplicado e consciente da necessidade do suor. A multidão é, por natureza, de fácil acesso. Não tiro o mérito dos meus amigos de cena, que preferem muita gente. Mas essa preocupação com a “quarta parede lotada” me deixa tenso e caio em produção. Vejo todo mundo suando, correndo, dando o máximo e acabo ficando um pouco fora da capacidade máxima. Não sei se isso é bom ou ruim, só sei que é uma característica minha. Característica de iniciante, talvez.

Mas, querendo ou não, hoje posso dizer que sou ator. Não tenho DRT, não fiz FAFI, não estudei no Rio, São Paulo ou Nova Iorque. Mas sou ator. É claro que há um grau elevado de ciúmes da galerinha experiente, do povo que se dedica a essa arte a mais tempo. Dizem que não sou ator, que não ligo para algumas coisas, que sou isso ou aquilo. Realmente, não ligo para críticas ciumentas. Fico triste quando surgem de colegas que viram você crescer. Que sabem que eu de nada sei. Que sabem que sou realmente virgem de teatro. Mas usam isso contra a minha atuação. Como se eu tivesse culpa de ter pouca experiência. Eu acho isso uma besteira! Críticas que não tem a intenção de alertar, mas de denegrir. Ainda bem que o teatro capixaba não depende desses que se acham os donos, as vozes, os intelectuais do teatro local! (Gargalhadas irônicas)
Prefiro me preocupar em agradar aos críticos de verdade, aos amigos de verdade, principalmente ao público em geral, ao diretor e aprender. Afinal entrei no teatro para aprender a dirigir atores no cinema. Mas acabei me apaixonando por esse vício, o teatro.
Com certeza não quero parar por aqui. Mas vai saber. Ano que vem vou pro Canadá estudar cinema. Ou seria teatro? (não, relaxa)
Quero agradecer a todos os meus amigos do Boulevard, principalmente, Luana, Daiane, Stace, Allan, Luciene, Leo e Ludmila que estiveram desde o início ao meu lado, me dando aquela ajuda.
Boulevard é um musical complicadinho e gostoso de fazer e de assistir. Tem um monte de amigo meu que ainda não viu, acredita?

É ótimo descobrir, a cada dia de apresentação, um movimento novo, um olhar novo, uma voz nova. Descobrir que estava péssimo até então. Ou o contrário, que era melhor antes. No teatro não tem volta. Não tem como repetir, pedir desculpas, apagar, copiar, colar. Não é como um texto de blog. Isso tudo alimenta a alma e o personagem. Desejo a todos, PRINCIPALMENTE aqueles que não se consideram atores, a tentarem uma experiência dessas. Não acredito em “dom”, em “iluminação”, em técnicas imprescindíveis, em regras canastronas. Acredito que havendo ensaio, direção, objetivo, estudo e dedicação, há personagem, há ator, há experiência, há arte! A arte não pode ser tão elitizada assim. E não é. Os teóricos estão ai para nos servir e não o contrário.

Estamos concorrendo ao Omelete Marginal em 5 categorias! Não colocarei os links pois não estou conseguindo entrar lá agora. Se você for lá, aproveite e vote no Vice-verso como melhor programa de rádio. Também participo dele.
Obrigado a todos que foram assistir ao espetáculo e desculpem o texto íntimo demais, mas este é o meu blog, porra. (Cuidado que eu deleto, heim! Rsrsrs! Mentira! Comenta, besta!)
SÁBADO E DOMINGO, heim!!! GALPÃO!

4 comentários:

Hóspede Póstumo disse...

Será o primeiro de vários. Você põe alma do que faz, isto importa. E teve uma boa atuação.

Anônimo disse...

Luppi, é Dayanne e não Daiane. Affe .. risos

Amei o seu texto, usou belas palavras. Foi ótimo trabalhar com você, é um bom aluno, amigo e um bom parceiro de cena. Por que fazer teatro é isso também, parceria, cumplicidade. Deixar as coisas fluírem... Foi ótimo conhecer você, e não tenha dúvida, você é ator! Pode crescer muito ainda, como todos do grupo. Nunca estamos prontos completamente, é a eterna busca pela "onda perfeita".

bjão.

Anônimo disse...

Ainda bem que o teatro Capixaba não é feito de pessoas com pouca expressividade cênica. É uma pena que as pessoas não saibam ver que não estão indo bem, porque uns poucos elogiaram seu desempenho em cena. É preciso ter dissernimento sobre o que é atuar e fazer cena. Caricaturismo é um meio de expressão, mas não sei se serve para essa peça, sem contar o forçar de voz. Quando se canta, tudo bem, mas quando atua... Dá vontade de se fugir do teatro, coisa que não faço em nome do teatro, pois acho injusto deixar de assistir a peça por causa de um, dois ou três atores, quando o resto do elenco não compromete.
Boulevard 83 é um marco, pena que você não está no mesmo ritmo. Recomendaria que fizesse um curso, para melhorar, mas duvido que vá seguir este conselho, pois você parece ser "auto-suficiente".

Marcos Luppi disse...

Olá, Anônimo. Vc é tão expressivo que nem diz o próprio nome... talvez medo, talvez falta de caracter, talvez não saiba usar a internet...
Bom, fico realmente triste em ler isso. Isso me deixa pra baixo. Mas dura 7 segundos. Não quero fazer FAFI. Não por achar ser ruim. Mas pq não quero mesmo... talvez por me achar autosuficiente, talvez por saber que ano que vem estarei morando no Canadá e farei um curso lá...não quero parecer esnobe dizendo isso... mas é pq o ano passado me dediquei ao Boulevard, esse ano será ao Filossofá e ano que vem ao Canadá. Anônimo, Vai pra puta que te pariu! Criticas que servem pra diminuir uma obra, uma arte,(pq eu sou artista, não sei vc) não são criticas... são invejas!
Invejoso! Perdedor! Nada! Mesquinho! E por não ter se identificado, COVARDE!