terça-feira, 26 de agosto de 2008

Amar é derrota

Isso é um jogo.
Sou marcado o tempo inteiro
Pois é. O tempo inteiro.
Fim. Acabou o tempo.
Nem chuva eu espero que desabe.
Você sabe que eu não queria assim.
Cabe a mim lhe dar o fim.

Assim como nada quer.
Peço perdão por ter sido assim contigo.
Comigo. Não quis ficar comigo.
Preferiu o controle. Preferiu o Flamengo.
Lamento.

Escolha da razão é sempre dolorida.
Há um motim do meu corpo contra meu cérebro.
Mas é ele quem decide. Ao menos depois das pancadas.
Só a lágrima que me confunde, afunda.
E eu mergulho. No grande abismo do estar sem.
Perdido entre o lembrar e o navegar.

Amar é derrota.
Não me importa mais se sofro ou se vou sofrer.
As chances foram flechas que retornaram.
Doem.

domingo, 24 de agosto de 2008

José Jonas

Sente isso?
Opacidade
Agonia, grito seco, água dura.
Vê isso?
Tudo turvo.
Sem cor de gente.
Vermelho de sol.
Turvo tudo.
Acredita em mim?
É azar.
Foi acaso. Foi descaso. Sou casado.
Acredita em mim!
Sou assim, eu sou.
Olha pra mim!
Nem lágrimas eu tenho.
Perdi todas na tentativa de criar um cais.
Um porto pra fugir. Um ponto pra chegar. Um morto pra cair.
Quero mais pés. Quero mais pernas. Quero menos chão.
O céu, com isso, eu já conquistei.
Se Deus existe. Se Deus existir.
Hei de me guiar.
Não quero estrelas.
Já estou na tempestade. É tarde para estrelas. É preciso sê-las.
Andar e continuar.
Até quando estrada?
Até quando José?
Até quando Jonas?
A fé pondo dúvidas.
A festa da loucura.
A dívida da consciência.
A persistência da teimosia.
A esperança da carona.
Ar, vento, asfalto, mato, calor, frio e José Jonas.

(José Jonas - novo vídeo de conclusão de curso do Vasco Coutinho - texto que fiz como sugestão p/ trailler)