segunda-feira, 30 de novembro de 2009

2012

Um filme com poucos erros gráficos. Um filme com abordagem superficial. Um filme com emoções erradas. Um filme que poderia ser magnífico. Um filme que poderia...

Não entendo a necessidade da existência do núcleo principal do filme. A narrativa do filme poderia ser toda fria e distante, ou presente e quente, assim como é a catástrofe. A emoção não seria sobreviver, mas sim morrer. Eles simplesmente esqueceram que o fim do mundo é mais importante que uma família americana de classe média. É claro que poderia ser contado de pequenos pedaços. Poderia ser contado por recortes, pequenos ou grandes. Mas escolheram por contar uma história mais absurda que o próprio fim do mundo. E ainda mataram o melhor de todos, o russo! Não dá! É o fim!

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Musical Boulevard 83 – Teatro Capixaba !


Depois de vários meses desde a primeira apresentação do espetáculo, está chegando ao fim a temporada de Boulevard 83 este ano aqui em Vitória.
O último final de semana de apresentações acontecerá nestes sábado e domingo, 28 e 29 de novembro. No sábado – 20h e no domingo – 19h. Teatro Galpão. (Reta da Penha)
Passamos pelos teatros do Marista de Vila Velha, SESI de Jardim da Penha, Marista de Colatina, Carlos Gomes, Teatro Universitário da UFES e por fim Galpão.
Foi uma longa jornada, com muitas emoções e de muito aprendizado. Tudo foi muita novidade pra mim. É a minha primeira peça de verdade. Primeiro personagem. Primeiros palcos. Primeiros públicos. Tudo era e ainda é novidade. Do camarim aos aplausos. Nada é previsível, mas é tudo obviamente simples. Sem pompa, mas com alma e dedicação. A frase que mais irei usar depois de Boulevard é uma dita por Leandro Bacellar nos ensaios: “... se não suar, a cena não está boa...” Levo esse lema em todas as falas e gestos do personagem Jam Montolla. Não quer dizer que ele sai ensopado de todas as cenas. (quase) Mas que ele sente na pele cada expressão. É claro que há dias que isso não acontece com muita facilidade. Querendo ou não, há o mundo lá fora. Há público ali dentro. Há regras, técnicas, deixas, tons, ritmos, danças, medos que nos tomam a mente às vezes. Mas é mágica a maneira que tudo isso se encaixa e me encanta. Aprendi que o ator tem que ser ator em qualquer teatro, com qualquer público. Um segredo: prefiro muito mais apresentar para menos gente. Fico mais solto para arriscar. É mais difícil agradar a poucos. E por isso, fico muito mais aplicado e consciente da necessidade do suor. A multidão é, por natureza, de fácil acesso. Não tiro o mérito dos meus amigos de cena, que preferem muita gente. Mas essa preocupação com a “quarta parede lotada” me deixa tenso e caio em produção. Vejo todo mundo suando, correndo, dando o máximo e acabo ficando um pouco fora da capacidade máxima. Não sei se isso é bom ou ruim, só sei que é uma característica minha. Característica de iniciante, talvez.

Mas, querendo ou não, hoje posso dizer que sou ator. Não tenho DRT, não fiz FAFI, não estudei no Rio, São Paulo ou Nova Iorque. Mas sou ator. É claro que há um grau elevado de ciúmes da galerinha experiente, do povo que se dedica a essa arte a mais tempo. Dizem que não sou ator, que não ligo para algumas coisas, que sou isso ou aquilo. Realmente, não ligo para críticas ciumentas. Fico triste quando surgem de colegas que viram você crescer. Que sabem que eu de nada sei. Que sabem que sou realmente virgem de teatro. Mas usam isso contra a minha atuação. Como se eu tivesse culpa de ter pouca experiência. Eu acho isso uma besteira! Críticas que não tem a intenção de alertar, mas de denegrir. Ainda bem que o teatro capixaba não depende desses que se acham os donos, as vozes, os intelectuais do teatro local! (Gargalhadas irônicas)
Prefiro me preocupar em agradar aos críticos de verdade, aos amigos de verdade, principalmente ao público em geral, ao diretor e aprender. Afinal entrei no teatro para aprender a dirigir atores no cinema. Mas acabei me apaixonando por esse vício, o teatro.
Com certeza não quero parar por aqui. Mas vai saber. Ano que vem vou pro Canadá estudar cinema. Ou seria teatro? (não, relaxa)
Quero agradecer a todos os meus amigos do Boulevard, principalmente, Luana, Daiane, Stace, Allan, Luciene, Leo e Ludmila que estiveram desde o início ao meu lado, me dando aquela ajuda.
Boulevard é um musical complicadinho e gostoso de fazer e de assistir. Tem um monte de amigo meu que ainda não viu, acredita?

É ótimo descobrir, a cada dia de apresentação, um movimento novo, um olhar novo, uma voz nova. Descobrir que estava péssimo até então. Ou o contrário, que era melhor antes. No teatro não tem volta. Não tem como repetir, pedir desculpas, apagar, copiar, colar. Não é como um texto de blog. Isso tudo alimenta a alma e o personagem. Desejo a todos, PRINCIPALMENTE aqueles que não se consideram atores, a tentarem uma experiência dessas. Não acredito em “dom”, em “iluminação”, em técnicas imprescindíveis, em regras canastronas. Acredito que havendo ensaio, direção, objetivo, estudo e dedicação, há personagem, há ator, há experiência, há arte! A arte não pode ser tão elitizada assim. E não é. Os teóricos estão ai para nos servir e não o contrário.

Estamos concorrendo ao Omelete Marginal em 5 categorias! Não colocarei os links pois não estou conseguindo entrar lá agora. Se você for lá, aproveite e vote no Vice-verso como melhor programa de rádio. Também participo dele.
Obrigado a todos que foram assistir ao espetáculo e desculpem o texto íntimo demais, mas este é o meu blog, porra. (Cuidado que eu deleto, heim! Rsrsrs! Mentira! Comenta, besta!)
SÁBADO E DOMINGO, heim!!! GALPÃO!

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Chupei...

... um picolé que estava, por azar, congelado. O mordi. Só de raiva.
Entrei na cozinha e lá estava meu pai. Descascando laranja. Ele faz uma espécie de vulcão ao modelar o corte da fruta. Criando um recipiente que mais parece um copo natural de laranja. Abri a geladeira e soltei: “pai, tem tanto tempo que não ch, chu, ch, ... (pausa de 15 segundos, olhar fixo sobre a maça que estava dentro da geladeira e mais uma vez tentei) Pai, tem tempo que não chupo uma laranja!” A frase saiu com uma obscenidade absurda. Isso me lembrou tempos remotos em que, ainda criança, temia frases como: “vou chupar uma bala.” Ou “vou chupar um picolé”. Era, pra mim, uma heresia sem tamanho. Não entendia a frieza com que os meus colegas diziam tal verbo. Eu preferia mascar um chiclete ou mesmo tomar um sorvete. Vivia fugindo desse drama cotidiano.
Há palavras que nos remetem a outras interpretações, outras sensações e lembranças. É claro que todas as palavras são significadas sempre de maneira singular por todos que a domina. Mesmo que não a domine. Só de escutar aquele ruído sonoro, cria-se uma imagem, um sentido, uma possibilidade sobre aquele som. Tenta-se, por meio de um avançado sistema de conexões cerebrais, assemelhar ao repertório vivido de cada um.
Lijar, por exemplo, lembra alguma coisa?
Sofluar, nabuzear, gaclonar, quetorir, profucer e profusser. São mais que palavras, são verbos. Mentira! Não são palavras, nem verbos e nem flores. Mas podem ser, se assim for melhor. As inventei. Assim como também posso zumar toda gramática e toda zitografia do português que, mesmo assim, fará o maior caçarol social. É difícil saber a etimologia das coisas, das palavras. Pode ser que eu tenha profusseado (com “ss”) algumas hoje, vai saber. Gispem lartas e colúrias, mas tulhem o que jodular em foita. Pois é dissimulando que criamos possibilidades.