quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Obcecado por vento.
Comprometido por dentro.
Filosofia por fora.

2º BlogcampES

Gente, do dia 20 ao dia 23 de agosto acontecerá o segundo BlogcampES. É um evento que reúne uma galera que faz blog e que está interada no assunto. Este blog, o Padronisado, será representado numa desconferência com o tema, Blogosfera Literária: prosa e verso. Participarão da mesa: Francisco Amálio Grijó, Juca Magalhães, Orlando Lopes e eu (Marcos Luppi). Acontecerá lá no prédio novo da comunicação, o Bob Esponja, às 14h desta sexta.
Acho que vai ser interessante e seria mais interessante se fosse mais gente lá me ajudar a falar. Todo mundo sabe que eu travo nas improvisações.
Já justificando e expondo uma explicação que eu acredito: creio que os meios, fotografia, vídeo, cinema, teatro, textos, poemas, blogs,..., são todos fugas do meio que mais temo, a fala natural. Mas sempre damos um jeito de nos colocar frente a este meio tão temido por mim. Talvez eu fale isso lá no evento.
Bom, depois dessa notícia e desse desabafo (odeio essa palavra), espero que todos vocês (estimativa de 1,2 bilhões de pessoas em todo mundo) compareçam lá no evento e participe. Mesmo que em outras desconferências de outros temas, etc. Se você leu até aqui é porque Deus quis que você fosse lá. Vai, levanta essa bunda, anda!

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Poema em linha torta


Vida de palhaço
Roupa de palhaço
Linha, tempo, espaço
E eu que preferia fazer mímica.
E eu que achava ser um herói
Vejo-me calado o tempo todo
E quando o contrário: desnecessário
E eu que era alternativo
Nem tiro e nem nada alterado
Ta tudo a mesma coisa
E eu aqui
Com essa cara de palhaço
Engraçado e absurdo
Quase abstrato
Queria um prato para jogar no chão
Queria mesmo eram rimas pra rimar com coração
Mas sempre que se fala dele, ecoa falsidade
Queria a realidade no meu choro
Queria a falsidade no ser feliz
Não agüento mais esse jogo
Essa novela
Quero o novo
Mesmo que seja tudo de novo
Quero água
Quero respirar ar puro
Quero brisa, quero sol
E eu que não vivia sem você
Vivo longe sem saber se sou feio, se sou chato
Devo ser burro ou ingrato
Na dúvida: desacato
Sem razão, sem multidão, sem fatos
Sempre no desespero de recuperar
Seja na inteligência ou na incompreendida raça.
E eu que só queria carinho
Não tenho graça

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Noite perdida

As ruas não são mais as mesmas
Nem mesmo eu estou nelas
Logo eu que vivia em suas esquinas
Logo eu que morria nas calçadas
Quem diria que estaria cheio de “ria”
Ria, ria de mim!
Mas ria alto, ria com gosto!
Em breve perco o posto de ser alvo de piadas
Tão largas e tão vazias
Para que postes de luz? Somos todos caseiros noturnos.
Morcegos ao contrário.
Dormimos a noite e perambulamos a luz do dia

Boca e sarjeta
Beco e mureta

A cada passo na varanda
Vejo novas janelas
A cada vaso de planta
Vejo novos surtos
A cada grito no escuro
Ouço meus amigos
Ou sou a mim mesmo
Fácil é gritar gol
Nem isso eu ouço mais
Viajo nos mesmos aviões
Que fazem todos os dias os mesmos barulhos
Únicos que ainda interferem na minha TV
Ferida que não sei de onde veio
Mas hoje eu não volto mais para rua
Nossa rua.

Ta tão frio aqui sob o ventilador
O meu amor deve estar lavando roupa
Sob a luz da lua
Rua que me dá preguiça
Medo que me dão esses ruídos
Amigos dos meus amigos
Desconhecidos e desaparecidos
Mortos e perdoados
Chego a temer esse vento em meus ouvidos
Chego a tremer nesse vento arrependido
Chego aqui sem pudores
Não posso sofrer sem dor
Não sei o que fazer com o amor pelos outros

O mundo ta bom assim
Já fiz minha parte
Mesmo sem ter feito coisa alguma

Só seria assim, se assim fosse todos os dias
Todas as noites
Todos os dramas
Todas as lamas
Todas as camas

O criado mudo acabou de derrubar o meu vinho na cortina branca