quinta-feira, 5 de março de 2009

É março e não janeiro

Vejo o Rio de Janeiro

Não choro

Vejo o morro, o cristo,

Sinto o cheiro

É a fumaça do seu maço

É março e não janeiro

São as águas do Rio

São as promessas de vida

que fecham o verão

Que mesclam cores

Amizades vividas

Amigos e amigas

Rimas e desavenças

A melhor viagem de todos os tempos

Ao menos para o poema

Não tem São Paulo, Paris, Argentina ou Curitiba

Prefiro o Rio e suas mentiras

Suas maravilhas

Suas fantasias

Suas ruas e seus desfiles

Um carnaval de jargões

Um bacanal de ilusões

Um aqueduto de cartões postais

Um enxoval de samba

Lá eu andei a pé, de carro, de metrô, de bondinho, de buzu, menos de trem.

E olha que nem me cansei

O meu segredo é que sou um rapaz esforçado

Ligado e impressionado

Mas isso passa

Tudo passa

Tudo passará

Tudo passarinho

Tudo choro, tudo rio

Tudo cego, tudo vejo

Emudeço

Cresço, mas não mudo

Quero mais do mundo

Quero mais o Rio de Janeiro

O meu e o alheio.